"Porque, a meu ver, lhe falei, o que tem de ser feito não espera pela disposição do trabalhador, sendo de necessidade que este se dedique seriamente ao seu ofício, em vez de considerá-lo mero passatempo." (Platão, A República, 370 c)
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Quanto pior, melhor
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Vento, vento...
sobre as folhas banhadas
de sol.
E elas, em um balanço quieto,
manifestam-se.
Desarranja os cabelos da moça.
Ela certa de que acertou,
desarranja-os ainda mais.
Ao mesmo tempo,
invade os cômodos
de uma casa velha,
vasculha de um canto a outro
e refresca a quietude alerta
das aranhas.
E passa também pelos
distraídos que assistem
à televisão.
Entra e sai.
Vem e vai
qual um menino de um
lugar a outro,
e como tal brinca
com as folhas e
com os cabelos
das moças e
dos moços.
De longe,
escuta-se:
– Vento, vento...
caxinguelê
cachorro do mato
quer me morder.
São os meninos
que se divertem
sob o colorido mágico
das pipas que
empinam no céu.
.
– Vento, vento...
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
O que vem de dentro
.
Começo pelo ato mais simples: ir ao banheiro. Que prazer sentimos nessa ação, quer dizer, ações, porque duas: número 1 e número 2. Não quero ter-me às minúcias, mas tão somente à sensação de prazer.
Um outro ato simples, mas bastante expressivo, é o prazer de tirarmos uma meleca. Hummm, perdemo-nos esquecidos no tempo, distraídos, não é!
E o espirro? Quando espirramos sentimos um alívio, que nos faz desejar espirrar de novo.
Quanto ao riso, quem aqui já riu a ponto de sentir a barriga doer? O riso é reparador, nos expurga.
E o choro? Este também repara, lava nossa alma, retira de nós uma dor maior, ou ao menos a alivia. Aliás, riso e choro muitas vezes se confundem. Quando rimos em demasia, lágrimas; e do choro, risos.
Não nos esqueçamos ainda da vontade de comer e da sede. São sensações que vêem de dentro e, uma vez realizadas, nos trazem também grande satisfação.
De resto, se faltou alguma BOA sensação é porque não me lembro. Ademais, quanto às coisas negativas, abstenho-me de falar.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Passado, presente e futuro
Em seu livro Confissões, no capítulo que fala sobre o tempo, Santo Agostinho começa com uma pergunta: o que é o tempo? Em seguida continua dizendo não houve tempo nenhum em que não fizésseis alguma coisa, pois fazíeis o próprio tempo.
O tempo é dividido em três partes: o tempo passado, o tempo presente e o tempo futuro.
Quanto ao presente, o Doutor da Graça emprega um raciocínio semelhante, já que o tempo presente, no instante que se manifesta, não é mais presente. Logo, passa para o tempo passado. Quanto ao presente, se fosse sempre presente, e não passasse para o pretérito. Como podemos afirmar que ele existe, se a causa da sua existência é a mesma pela qual deixará de existir? Fica provado que o tempo presente também não existe em razão de sua não permanência como tempo presente e deste modo se torna passado. E como vimos o passado não existe. Segue-se daí que o tempo presente não existe igualmente.
Por fim, quanto ao tempo futuro, podemos dizer que é um tempo que ainda não veio, in fieri. Ou seja, se ele ainda está por vir, não existe e se não existe como concluirmos algo a partir do que não há. Onde existe, portanto, o tempo que podemos chamar longo? Será o futuro? Se o futuro existe, existe como uma possibilidade. Logo não existe o tempo futuro, conforme não existe o passado e depois o presente. De mais a mais, afirma o Doutor da Graça n’O Livre-Arbítrio: Pois as coisas temporais nada são antes de existirem; ao existirem, passam; e tendo passado, voltam ao nada. Logo, quando são futuras ainda não existem; ao terem passado não existirão mais.
*****
Talvez algum desocupado leitor redarguisse: se não existe vá então para o embarque depois da hora determinada. Experimente fazê-lo e não embarcará. Assim, pois, comprovará a existência do tempo.
Respondo: mesmo que não leve a sério o horário de partida, não partindo; uma coisa é certa, todos os instantes que se sucedem, aumentam a distância entre o ocorrido e o tempo presente. O tempo que se deu, é o passado, e já não existe mais. E o mesmo com relação ao presente e ao futuro, pela exposição acima.
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Em terra de samba tudo acaba em batuque
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
O livro que mudou a minha vida
Estudando a obra de Santo Agostinho, O Livre-Arbítrio, deparei-me com uma passagem que me chamou realmente atenção: Se não acreditardes não entendereis. Foi compreendendo-a que pude sair do lugar em que me encontrava para outro que estava adormecido em mim.
Com efeito, afastado de minha condição teomórfica, para usar uma expressão utilizada por Eric Voegelin em sua monumental obra Hitler e os Alemães, eu não conseguia acreditar sem antes entender. Era necessário, pois, que eu entendesse para acreditar.
Mutatis mutandis, esse modo de ser parece típico do homem moderno, que tem na ciência o princípio e o fim de todas as coisas. Por isso que do ponto de vista da filosofia moderna, de acordo com Étienne Gilson, “a prova da existência de Deus é uma das ambições mais altas da metafísica; nenhuma tarefa é mais difícil, a tal ponto que alguns a estimam como impossível.” Por outro lado, porém, “para santo Agostinho e para aqueles que mais tarde se inspiraram em seu pensamento, provar a existência de Deus [...] parece uma tarefa tão fácil que basta empenhar-se nisso.”
Então o homem cindido e cheio de si procura no vasto campo de sua experiência encontrar respostas às perguntas que ele faz e se diz por sua vez autorizado em responder. Em outros termos, é uma busca que tem começo nele e acaba nele mesmo. Por isso ser assim, um exame que busque compreendê-lo a partir de sua condição divina se é visto como impossível.
Não querendo desmerecer ninguém, já que não é essa a minha intenção, mas veja a postura de um Auguste Comte, por exemplo. Veja o quanto fora atrevido na pretensão de fazer de sua ciência positiva a atalaia para os séculos vindouros. E de Marx, que era filho de advogado, sustentado pelo amigo Engels, um industrial, que segundo aquele autor este seria o pior tipo de burguês. Ora bem, esta canalhice é ou não fruto de uma falta de Deus. Tenha paciência.
De mais a mais, não falo aqui como se me colocasse conforme um ser onisciente, em absoluto. Falo tão somente para registrar o quanto estava equivocado na minha busca; além de me achar o tal, ainda colocava Deus como objeto de minhas questões mesquinhas. Pobre criatura.
E Santo Agostinho ajudou-me a retornar a Deus, e me ensinou que sem Ele nada posso, nada sou.
Lembro-me, para finalizar, do meu tempo de escola primária e secundária, cresci ouvindo dos meus “professores” que a Idade Média fora o período das trevas em matéria de conhecimento. Oh, horror! Levei algum tempo para descobrir que aquilo que chamam “século das luzes” se afina muito mais às trevas do que à luz.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Oração à Nossa Senhora das Graças

Concedei, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas.
E para melhor servirmos ao vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre verdadeiros cristãos. Amém. Rezar 3 Ave Marias. - Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.