sexta-feira, 4 de abril de 2014

Passado presente

Instantes retornam
em conceitos,
conforme a lógica.

Apesar de ser outro o tempo,
o que é representação
continua...
... Fantasma.

Resta na memória,
dado um espaço atual,
um tempo pretérito.

Que se conjuga
internamente:
passado presente.

sábado, 8 de março de 2014

Porto alegre

Ao caminhar até a porta,
ficou algo, ouviste?
É já o tempo ido... Amor.
Qual não!
Vi teus olhos após
e nestes se anunciava,
através dos meus,
a partida...

... Caminhamos
até a estação.

Lá, me despedindo,
olhei para trás...
E soprei-te um beijo
como se vento fosse.

E quando já não te via mais,
voltei.
Mas, naquele lugar de espera,
só restava a lembrança
de te ver em pé,
vendo-me partir.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Meu camafeu

Não carrego uma imagem
em relevo no peito, não.

Carrego sim no
coração a lembrança,
e sem ser este pedra
de camada diferente,
é pedra preciosa
igualmente.

Tenho o meu camafeu, moço!
Não pendurado no pescoço,
mas impresso no coração. 

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Uma notinha triste extraída de um jornal


Há pouco estava lendo uma reportagem publicada no jornal O Globo sobre o aproveitamento do Brasil no ranking de educação. A matéria de capa foi: “PAÍS AVANÇA, MAS AINDA ESTÁ ENTRE OS PIORES.”

O Brasil encontra-se na seguinte colocação: 58°, dos 65 países participantes. Segundo a matéria, fora o país cujo desempenho em matemática foi o melhor junto aos países avaliados entre os anos 2003 a 2012.

Ora, se os alunos tiveram maior desempenho no período retromencionado, este desempenho só se dá em relação a todos os países participantes. Sendo assim, os primeiros lugares avançaram para aonde? Os que igualmente ficaram acima do Brasil, avançaram para aonde? Em outros termos, se há ainda para aonde avançar, os países com desempenho melhor que o Brasil avançaram quanto, visto que estão nas melhores colocações! E, por outro lado, se os alunos brasileiros obtiveram melhor desempenho, é lógico que este desempenho está muito aquém do desempenho de outros alunos de outros países, senão o país não haveria de ficar na vergonhosa 58° posição.

Avança como? Se o país encontra-se entre os piores no ranking, distante apenas do último colocado sete posições. Só pelo simples aumento de 35 pontos na média de matemática? Sinceramente, não faz nem cócegas, se fizesse não ficava na posição que ficou, ou seja, na miserável 58°. Tenha paciência.

Ademais, a matéria fez-me lembrar do senhor Galvão Bueno gritando na TV: Rubens Barrichello cruuuza a linha de chegaaada em terceiiiro lugaar. Após, a vinheta: Brasiiiil.

Encerrando, não me recordo agora se foi Blaise Pascal, mas li algo assim (cito de cabeça): Colocamos um tapume nos olhos e caminhamos para o abismo sem saber que estamos caminhando para ele.


quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O Amigo do Cáo





Homenagem ao meu amigo inesquecível, Caipira. 
Saudades suas irmão.





Para o meu grande irmão: Caipira.


"Um homem dura enquanto outros passam,
e passa enquanto outros duram." (Eric Voegelin)


Tenho conhecido algumas coisas:
o ranger do bambu-gigante
e o som de suas folhas,
o peso do metal na palma de minha mão,
a aurora,
o pôr-do-sol,
a noite que envolve,
o luar,
a morte,
a vida.

Tenho conhecido.

Conheci a esperança,
o sono até.
Mas nesse seguir inexorável
conheci também
o temor,
a vigília.
A minha estupidez,
conheci.

E entre um conhecer e outro, a pergunta que sempre me faço:
Que rio é esse que flui entre o que sou
e o que fui?

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Porto Alegre



Ao caminhar até a porta,
ficou algo, ouviste?

É já o tempo ido.,
amor.

Qual não!

Vi teus olhos após
e nestes se anunciava,
através dos meus,
a partida.

Caminhamos
até a estação.

Lá, me despedindo,
olhei para trás
e soprei-te um beijo,
como se vento fosse.

E quando já
não te via mais,
voltei.

Mas, naquele lugar de espera,
só restava a lembrança
de te ver em pé,
vendo-me partir.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Vento caxinguelê

Corre suave o vento sobre
as folhas banhadas do sol de verão.
E elas, em um balanço quieto,
vêm e vão.

Desarranja os cabelos da moça.
E ela certa de que os acertou,
desarranja-os ainda mais.
Deixa!

Ao mesmo tempo,
invade os cômodos
de uma casa velha, digo assim.
Vasculha de um canto a outro
e refresca a quietude alerta
das aranhas.
Também passa,
como se não passasse,
pelos distraídos que assistem
à televisão.

Entra e sai.
Vem e vai.

Qual um menino de um
lugar a outro,
e como tal brinca
com as folhas e
com os cabelos
das moças e
dos moços.

De longe,
escuta-se, que tempo,
meu Deus!
– Vento, vento
caxinguelê
cachorro do mato
quer me morder.

Ah! São os meninos
que se divertem
sob o colorido mágico
das pipas que
empinam no céu.

– Vento, vento...