Na obra de São Tomás de Aquino, De Magistro, no Artigo 1 das objeções 8, tradução de Luiz Jean Lauand, há a seguinte passagem:
“Diz Agostinho: Só Deus tem a cátedra no céu e Ele ensina a verdade sobre a terra; o homem está para a cátedra como o agricultor para árvore’. Ora, o agricultor não é criador da árvore, mas somente seu cultivador. Assim também o homem não ensina, mas somente dispõe as coisas para que ocorra o conhecimento.”
“Diz Agostinho: Só Deus tem a cátedra no céu e Ele ensina a verdade sobre a terra; o homem está para a cátedra como o agricultor para árvore’. Ora, o agricultor não é criador da árvore, mas somente seu cultivador. Assim também o homem não ensina, mas somente dispõe as coisas para que ocorra o conhecimento.”
A imagem do agricultor e seu zelo pela árvore relacionada à do homem que "dispõe as coisas para que ocorra o conhecimento" é grandiosa. Por quê?
Ora, o professor deve ser um observador atento. Deve também estar comprometido com sua tarefa a fim de oferecer aos seus alunos um verdadeiro interesse pelo saber. Procurando – como o agricultor que se dedica à árvore – zelar pela formação de seus discípulos, despertando neles o amor à Verdade. E este amor é a razão de todo o crescimento, de todo desenvolvimento da inteligência.
Não cabe ao agricultor, é evidente, fazer a árvore dar seus frutos, tarefa que vai além de suas forças, mas é de sua responsabilidade sim preparar a terra e estercá-la e semeá-la e molhá-la; em uma palavra: cuidá-la.
Ora, o professor deve ser um observador atento. Deve também estar comprometido com sua tarefa a fim de oferecer aos seus alunos um verdadeiro interesse pelo saber. Procurando – como o agricultor que se dedica à árvore – zelar pela formação de seus discípulos, despertando neles o amor à Verdade. E este amor é a razão de todo o crescimento, de todo desenvolvimento da inteligência.
Não cabe ao agricultor, é evidente, fazer a árvore dar seus frutos, tarefa que vai além de suas forças, mas é de sua responsabilidade sim preparar a terra e estercá-la e semeá-la e molhá-la; em uma palavra: cuidá-la.
O professor, do mesmo modo, não pode ser negligente. Ele usará os métodos mais adequados à formação de seus alunos. E qualquer paliativo, portanto, será prejudicial à constituição dos jovens aprendizes.
Por exemplo, toda vez que o estudante por preguiça ou covardia reclamar de uma obra clássica, dizendo: é muito difícil; o professor mostrar-lhe-á que isso se trata de uma resistência ao que é belo, ao que é sublime.
Trago uma fala muito comum: os alunos não têm ainda capacidade de apreender tal e tal conteúdo; ou porque moram em algum lugar assim ou assado, ou porque vieram de alguma família problemática, etc. Ora, sendo assim, como possibilitar seu crescimento se a suposição de que ele é incapaz já antecede a qualquer possibilidade?
Se se fala em Aristóteles e Platão, logo se ouve (E eu já ouvi isso de um doutor): são autores antigos. O que é o mesmo que dizer, não servem mais.
Ou ainda: para que serve isso? Para que serve a língua latina se ela está morta? Para que serve Santo Agostinho? São Tomás de Aquino? Com que propósito estudar uma língua datada, autores datados de um período obscurantista do conhecimento? Nós hoje temos autores que nos mostram novos caminhos.
Tenho observado um afastamento do nosso centro Criador e por consequência um enfraquecimento de nossa inteligência. Assim como as ondas formadas em um lago e, após o lançamento de uma pedra, vão se espalhando em círculos concêntricos de modo que se enfraquecem à medida que se afastam do ponto comum que as originou.
Então, qualquer trabalho em sala de aula que se tenha em vista apenas a preocupação de estar cumprindo a grade, será um desserviço à inteligência. É-se necessário ir além, sob pena de que o professor, agora mal comparado ao agricultor, nada mais será que um mero assinante de ponto para contabilizar suas horas de "trabalho" e ter seu salário garantido.
E digo mais, tantas são as formas de embrutecimento que chega ser duro de acreditar. Lamentável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário