segunda-feira, 18 de junho de 2012

Porto Alegre



Ao caminhar até a porta,
ficou algo, ouviste?

É já o tempo ido.,
amor.

Qual não!

Vi teus olhos após
e nestes se anunciava,
através dos meus,
a partida.

Caminhamos
até a estação.

Lá, me despedindo,
olhei para trás
e soprei-te um beijo,
como se vento fosse.

E quando já
não te via mais,
voltei.

Mas, naquele lugar de espera,
só restava a lembrança
de te ver em pé,
vendo-me partir.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Vento caxinguelê

Corre suave o vento sobre
as folhas banhadas do sol de verão.
E elas, em um balanço quieto,
vêm e vão.

Desarranja os cabelos da moça.
E ela certa de que os acertou,
desarranja-os ainda mais.
Deixa!

Ao mesmo tempo,
invade os cômodos
de uma casa velha, digo assim.
Vasculha de um canto a outro
e refresca a quietude alerta
das aranhas.
Também passa,
como se não passasse,
pelos distraídos que assistem
à televisão.

Entra e sai.
Vem e vai.

Qual um menino de um
lugar a outro,
e como tal brinca
com as folhas e
com os cabelos
das moças e
dos moços.

De longe,
escuta-se, que tempo,
meu Deus!
– Vento, vento
caxinguelê
cachorro do mato
quer me morder.

Ah! São os meninos
que se divertem
sob o colorido mágico
das pipas que
empinam no céu.

– Vento, vento...