"Porque, a meu ver, lhe falei, o que tem de ser feito não espera pela disposição do trabalhador, sendo de necessidade que este se dedique seriamente ao seu ofício, em vez de considerá-lo mero passatempo." (Platão, A República, 370 c)
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Porto Alegre
Ao caminhar até a porta,
ficou algo, ouviste?
É já o tempo ido.,
amor.
Qual não!
Vi teus olhos após
e nestes se anunciava,
através dos meus,
a partida.
Caminhamos
até a estação.
Lá, me despedindo,
olhei para trás
e soprei-te um beijo,
como se vento fosse.
E quando já
não te via mais,
voltei.
Mas, naquele lugar de espera,
só restava a lembrança
de te ver em pé,
vendo-me partir.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Vento caxinguelê
Corre suave o vento sobre
as folhas banhadas do sol de verão.
E elas, em um balanço quieto,
vêm e vão.
Desarranja os cabelos da moça.
E ela certa de que os acertou,
desarranja-os ainda mais.
Deixa!
Ao mesmo tempo,
invade os cômodos
de uma casa velha, digo assim.
Vasculha de um canto a outro
e refresca a quietude alerta
das aranhas.
Também passa,
como se não passasse,
pelos distraídos que assistem
à televisão.
Entra e sai.
Vem e vai.
Qual um menino de um
lugar a outro,
e como tal brinca
com as folhas e
com os cabelos
das moças e
dos moços.
De longe,
escuta-se, que tempo,
meu Deus!
– Vento, vento
caxinguelê
cachorro do mato
quer me morder.
Ah! São os meninos
que se divertem
sob o colorido mágico
das pipas que
empinam no céu.
– Vento, vento...
as folhas banhadas do sol de verão.
E elas, em um balanço quieto,
vêm e vão.
Desarranja os cabelos da moça.
E ela certa de que os acertou,
desarranja-os ainda mais.
Deixa!
Ao mesmo tempo,
invade os cômodos
de uma casa velha, digo assim.
Vasculha de um canto a outro
e refresca a quietude alerta
das aranhas.
Também passa,
como se não passasse,
pelos distraídos que assistem
à televisão.
Entra e sai.
Vem e vai.
Qual um menino de um
lugar a outro,
e como tal brinca
com as folhas e
com os cabelos
das moças e
dos moços.
De longe,
escuta-se, que tempo,
meu Deus!
– Vento, vento
caxinguelê
cachorro do mato
quer me morder.
Ah! São os meninos
que se divertem
sob o colorido mágico
das pipas que
empinam no céu.
– Vento, vento...
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