segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

A morte do barraqueiro

Assisto, da sacada,
à festa de pessoas:
homens e mulheres;
velhos e crianças;
moças e rapazes.
Me deixo levar
por aqueles que
se divertem...

Num balão de vento,
bem numa praça, pulo.
Viro cambalhota, grito,
Como se me
sentisse à vontade,
Como se me
conhecesse indiferente.
.
Nessa hora
não sei o que é o mundo,
nem sei nada.
Só pulo.

Mas o que caberia a mim saber, além disso? Pular.

Balão de ar que me faz esquecer
a própria cidade em festa,
se agitando diante de mim.

Depressa!
Pois só me resta saltar.

Deus!
Escuto tiros.

“Os tiros na madrugada liquidaram o barraqueiro.
Se era noivo, se era virgem, se era alegre, se era bom,
não sei,
é tarde para saber.”

Num instante,
minha vida murcha lentamente,
meu balão inventado se esvazia.
Me vou com tom pensativo
para um lugar que sei e
pra outro onde não estou mais.
.
Não diga: à frente uma estrada infinita;
Atrás uma curta que se traçou.

Além do que...
Sob os olhos dos festeiros,
o que jaz inclusive.
Corre o sangue espesso na rua.
.
Coitado do barraqueiro.

2 comentários:

Poeta Silvério Duque disse...

Dei uma rápida olha em teus poemas, pois, no momento mesmo que te escrevo, olho para o relógio e vejo que só tenho dez minutos para entrar em sala de aula, mas não posso deixar de te dizer que, à primeira lida, teus poemas me agradaram muito pelo ritmo, pelo fólego e pela facilidade que tens em lidar com os temas ali proposto.

Ser-te-ei bastante sincero, eu recebo textos de poetas de todo o Brasil, vez por outra, mas poucos eu vi tão bem dispostos e tão fluidos; há um talento nato em ti e eu espro que o use bastante...

Quando poder, visitar-te-ei, novamente, em teu blogger ou mande-me mais textos, se aceitares meus comentários, e minhas críticas, travaremos uma boa amizade.

José Carlos disse...

Muito obrigado pela tua visita que muito me alegrou.

Sempre que puder e quiser visite-me será um prazer.

Abraços,

Eutrapélico.