Corre suave o vento sobre
as folhas banhadas do sol de verão.
E elas, em um balanço quieto,
vêm e vão.
Desarranja os cabelos da moça.
E ela certa de que os acertou,
desarranja-os ainda mais.
Deixa!
Ao mesmo tempo,
invade os cômodos
de uma casa velha, digo assim.
Vasculha de um canto a outro
e refresca a quietude alerta
das aranhas.
Também passa,
como se não passasse,
pelos distraídos que assistem
à televisão.
Entra e sai.
Vem e vai.
Qual um menino de um
lugar a outro,
e como tal brinca
com as folhas e
com os cabelos
das moças e
dos moços.
De longe,
escuta-se, que tempo,
meu Deus!
– Vento, vento
caxinguelê
cachorro do mato
quer me morder.
Ah! São os meninos
que se divertem
sob o colorido mágico
das pipas que
empinam no céu.
– Vento, vento...