Corre suave o vento
sobre as folhas banhadas
de sol.
E elas, em um balanço quieto,
manifestam-se.
Desarranja os cabelos da moça.
Ela certa de que acertou,
desarranja-os ainda mais.
Ao mesmo tempo,
invade os cômodos
de uma casa velha,
vasculha de um canto a outro
e refresca a quietude alerta
das aranhas.
E passa também pelos
distraídos que assistem
à televisão.
Entra e sai.
Vem e vai
qual um menino de um
lugar a outro,
e como tal brinca
com as folhas e
com os cabelos
das moças e
dos moços.
De longe,
escuta-se:
– Vento, vento...
caxinguelê
cachorro do mato
quer me morder.
São os meninos
que se divertem
sob o colorido mágico
das pipas que
empinam no céu.
.
– Vento, vento...